A vitória de ontem não te faz um campeão hoje.
Olá amigos. Chegamos em 2020 e gostaria de trazer aqui essa reflexão. Ouço muitos de nós (eu inclusive já disse), brasileiros, encher o peito para falar: essas 5 estrelas têm que ser respeitadas. Como se o simples fato de ter nascido no mesmo país de campeões como Pelé, Garrincha, Didi, Tostão, Zagallo, Dunga, Jorginho, Romário, Rivaldo nos fizesse melhor treinador do que quem nasceu na Albânia, por exemplo.
É certo que o ambiente nos influencia e muito. Mas porque o fato de ter ganho 5 Copas do Mundo nos credencia, enquanto treinadores, a menosprezarmos outras escolas? Ou a dizermos: o que o treinador A ou B tem a nos ensinar? Albânia nunca ganhou p... nenhuma... O certo é que, no futebol como na vida, as vitórias passadas não garantem nada. São apenas isso: vitórias do passado. Os jogadores mudaram. Os clubes mudaram. Os gramados mudaram. As regras mudaram.
Tudo mudou e vai seguir mudando cada vez mais rápido. Em um mundo de complexidade inédita, não podemos sentar em cima dos troféus do passado. As competências necessárias para ganhar o mundial de 62 não foram as mesmas com as quais ganhamos em 70. Entre a seleção de Parreira (94) e Felipão (2002) tem diferença pra caramba. Cada vitória exige uma nova preparação. A maneira com que o treinador se relacionava com os jogadores era uma e hoje é outra. Se é melhor ou pior, é outra discussão. Mas como líderes, temos que aprender a nos comunicarmos em uma linguagem que o jogador entenda o que queremos. Se ele não entende, a culpa é nossa. Muda a linguagem. Se vira. Adianta eu falar em francês com minha filha de 6 anos que nunca estudou francês e reclamar que ela não me obedece? Claro que não. As gerações X, Y, Z e milenials estão aí ... e a gente tem que trabalhar com eles.
Lidar com jogadores que não assistem futebol. Lidar com jogadores viciados (literalmente) em telefone celular. Tirar o máximo rendimento desses caras. Criatividade, disciplina, comprometimento e inovação têm que entrar em campo. A bola está em jogo e o tempo não para. O filé mignon da vida é buscar a excelência de si mesmo no que se faz. É aprender de várias maneiras. Pode ser através de livros, num bate papo com amigos, em uma sessão de treino, batendo bola com amigos, analisando adversários ou auto questionando-se ... enfim, dizem que a felicidade está no caminho. Portanto, no caminho, procure melhorar. Tenha convicções, mas não se feche. Escute. Faça sempre o seu melhor. Trabalhe duro. Cuidado com a palavra “evolução” pois nos prontuários médicos, os legistas escrevem: “o paciente evoluiu a óbito”.
Busque se tornar cada dia melhor e melhore quem está ao seu redor. Que o ano de 2022 traga muitos desafios, muitas oportunidades, muito aprendizado e muita melhoria. Ganhando ou perdendo. Sempre aprendendo. Saúde e paz.
Marcelo Salazar - treinador de Futebol
09.01.2022
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