Curiosidades da neurociência e como aplicá-las ao futebol
Tudo bem? Hoje quero trazer 2 temas para nossa reflexão sobre linguagem no futebol.
Imagine que você vai no centro da cidade, para em um trailer, pega um cardápio e pede uma salada de alface com beterraba. Agora pense que você chega num “bistrô”, pede ao “mâitre” o “menu” e escolhe comer “beterrabas grelhadas sobre o leito de alface romana.” Estudos mostram que descrições floreadas não só levam você a pedir uma comida descrita poeticamente, como também te levam a classificá-las como mais gostosas que pratos IDÊNTICOS descritos de maneira normal.
E aqui entra a primeira reflexão: você pensa nisso quando dá entrevistas? Ou quando conversa com seus diretores? Talvez haja essa preocupação nas suas redes sociais? Isso no fundo tem a ver com “branding” ou criação de uma “marca”. Já ouvi muitas críticas ao Tite pelos termos que ele usa/usou em algumas entrevistas. Assim como ouvi críticas a treinadores que não se adaptaram às novas terminologias e neologismos do futebol atual. Até que ponto a tua linguagem pode influenciar na percepção de valor que o mercado tem sobre você enquanto treinador? Já pensou nisso?
O próximo tema é sobre o “efeito fluência” que nada mais é do que o seguinte: temos 2 folhas onde está descrito o mesmo exercício, com as mesmas palavras. Você achará o exercício mais difícil e com menos probabilidade de acertar sua execução se a fonte for mais difícil de ler. Ou seja, se a forma for difícil de assimilar, isso afeta nosso julgamento quanto à substância da informação.
Chegamos à segunda reflexão: cuidado para não confundir a linguagem que se usa externamente (Imprensa, mídias sociais etc.) com o que se fala internamente (staff e jogadores). Adapte sua fala ao público com o qual você quer se comunicar e seja CLARO. Filtre as informações que serão dadas aos jogadores. Pense na forma (verbal, visual) como serão passadas essas informações no dia a dia de treinos e jogos. Crie treinos simples e efetivos.
Idealmente, quanto menos cones e materiais estranhos ao jogo, melhor. Se trabalha no exterior, busque criar códigos não verbais e usar um vocabulário básico e curto para se fazer entender, além de investir em outras formas de comunicação. Seja criativo ao buscar soluções, pois a CLAREZA na comunicação é de suma importância na criação de uma cultura de excelência. E não subestime o poder das mensagens subliminares que atingem as camadas inconscientes de nossos cérebros. Use-as a seu favor. Dentro do campo e fora dele.
O que achou? Já tinhas pensado nisso?
Forte abraço e que DEUS te abençoe, hoje e sempre.
Marcelo Salazar
10.10.2023
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