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Foto do escritorMarcelo Salazar

Geração Peter Pan!



A geração Peter Pan chegou no mercado de trabalho.


E agora?


Tudo bem? Peter Pan vive na terra do nunca e quer ser criança para sempre, pois ser criança implica poder seguir potencialmente qualquer caminho. O processo de se tornar adulto requer abdicar de vários caminhos e escolher um. Crescer dói. E geração Peter Pan quer ser poupada das dores do processo, mas não tem consciência que isso os afasta da oportunidade do crescimento. Muitos desistem dos processos ao esquecerem do propósito.


Você já ouviu a seguinte frase: “essa molecada de hoje em dia está perdida. Só querem ser elogiados o tempo inteiro.” Isso começou em casa, com pais bem-intencionados que, seguindo conselhos de “especialistas” e querendo aumentar a autoestima de seus filhos, dizem recorrentemente que eles são inteligentes, belos e talentosos (fortalecendo assim a criação de mentalidade fixa).


Pois bem, esses “filhos do louvor” chegaram e seguirão chegando no futebol profissional. No mundo corporativo, existem empresas que estão substituindo os bônus anuais por bônus trimestrais, mensais, semanais. Tem até “funcionário do dia”. Recompensa imediata. Incapacidade de adiar a gratificação.

O futebol é um meio glamourizado onde pode-se ficar rico e famoso cedo, mas ao mesmo tempo requer que o atleta assuma riscos, tenha paciência, persistência, visão de longo prazo e capacidade de aprender com os próprios erros. Será que o fato de cada vez mais jogadores veteranos manterem-se no topo deve-se em algum grau à fortaleza mental deles (fruto, em alguma medida, da época em que cresceram) e à fraqueza mental dos mais jovens (fruto, em algum grau, desse ambiente “meigo” atual)?

O que podemos fazer? Penso que como gestor, treinador e professor, é meu DEVER contribuir para uma melhor formação global de meus atletas. Se estamos de acordo que os elogios desmedidos e focados no suposto “talento inato” e “inteligência” contribuem para a formação de indivíduos frágeis, dependentes e com mentalidade fixa (incapazes de lidar com o fracasso e avessos a desafios que ponham em dúvida esse suposto “talento”) então talvez uma medida prática que podemos adotar para tentar de alguma maneira virar o jogo, será estar atentos ao TIPO DE ELOGIO ou feedback que emitimos.


Todos fomos crianças um dia. Hoje somos educadores e treinadores e sabemos o poder de um bom feedback. Que tal revisar nosso acervo de elogios e, ao invés de falar “tu és bom pra caramba”, digamos que “tens melhorado bastante” ou “sua bela atuação hoje foi fruto de seu esforço ao longo do da semana”. Que tal elogiarmos a pro atividade, a persistência, o esforço, a capacidade de lidar com fracassos, de aprender coisas novas e de evoluir constantemente? Faz sentido para você?


Tenho certeza de que nada muda do dia para a noite. São as ações consistentes ao longo do tempo que criam culturas. E como educadores e líderes, uma de nossas atribuições é criar ambientes sadios de desenvolvimento pessoal e profissional.


Forte abraço. Saúde e paz.


Marcelo Salazar

13.09.2022

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