FUTEBOL DE HOJE.. COMO SEMPRE!
Muitos falam em evolução no futebol e por isso, quando assisto uma partida é claro que pela TV, fico à procura da tal evolução e ainda não consegui percebê-la. Continuam 11 contra 11 e só ganha quem faz mais gols. Se fizerem o mesmo numero de gols dá empate.
Uma evolução do meu tempo para cá foi que uma vitória vale três pontos. No meu tempo de jogador uma vitória valia dois pontos. Já como Treinador eu peguei os três pontos. A evolução mais consistente à olhos vistos, sem contestação, foi a parte física. É cientifico. E cientificamente é provado que dois mais dois são quatro. De uma maneira geral o futebol é o mesmo. Sem a bola marca-se, com a bola joga-se.
Cada posição tem a sua função e se isso não for respeitado será o começo da demissão do Treinador. Goleiro é o único que pode pegar com a mão. Se pegar as bolas fáceis já é um bom começo. As bolas difíceis se pegarem uma ou duas já serão denominados “Goleiro de Seleção”. Se fizerem só isso já basta. Mais do que isso só vai complicar!
Os defensores precisam desarmar os adversários e se preciso for, devem jogar a bola para o “mato porque o jogo é de campeonato”. O volante marca ajudando os defensores e se tiver condições começa o ataque quando rouba a bola. O segundo homem de meio-campo é aquele que ajuda o volante e dá proteção e opção aos jogadores que jogam mais na frente. Fazem penetrações com o objetivo de puxar a marcação e abrir espaços, sem prejudicar a volta rápida.
O volante e o segundo homem de meio-campo, são os coadjuvantes que dão confiança aos atacantes para driblarem e resolverem o jogo como os protagonistas. Os atacantes e meias atacantes devem ser sempre protagonistas e para isso precisam que o volante e o segundo homem de meio-campo deem essa proteção para eles. Os atacantes devem ter liberdade para se movimentarem por todos os setores do campo de ataque a fim de dificultarem a marcação.
O princípio do futebol sempre foi chegar o mais rápido possível ao ataque para evitar que o adversário conseguisse se fechar na defesa. Todo treinador treinava isso com afinco. Rapidez na ida ao ataque. Para isso a retomada de bola é mais importante do que o desarme. Eu como Treinador, sempre pedia ao analista de desempenho que me desse com precisão o número de retomadas de bola porque aí eu poderia me basear nas minhas opções ofensivas.
O desarme é menos importante do que a retomada de bola. No desarme a bola pode ir para a lateral, pode ir para outro jogador adversário e a posse de bola continua com o adversário. Já na retomada a posse de bola dá a oportunidade de atacar. Sempre houve e há equipes que se fecham na defesa quando perdem a bola. Isso não é evolução para ninguém!
Nas eliminatórias da Copa de 1970 o Paraguai veio aqui para só se defender e o resultado foi 1 x 0 para o Brasil com um gol no final da partida. Então o time mais fraco se fechar não é novidade. Como podemos evitar isso também não é novidade. Depois da retomada de bola quanto mais rápido chegarmos ao gol adversário será o ideal.
Será que tocando essa bola para trás numa retomada de bola é o melhor para se chegar rápido ao gol do adversário? Será que atrasando a bola para o goleiro vamos chegar lá? Sem dúvida que não. Precisamos jogar para a frente para não darmos tempo do adversário se fechar, recompor suas linhas!
O adversário se fechando, o único meio de fazermos gol é na falha individual de algum jogador adversário ou um “protagonista” sair driblando para desarmar a defesa. O pior.. os “protagonistas” hoje em dia estão escassos. Portanto precisamos revisar esse procedimento de voltar a bola para trás quando retomarmos a bola. Quanto mais rápido saímos para o ataque menos tempo daremos para o adversário se fechar. Perdoem, mas o resto... "é chover no molhado"!
Zé Mário Barros
Presidente FBTF
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