Quem é tua plateia?
Um grande comediante inglês alugou um teatro para seus shows. No dia de sua apresentação, ele chegou antes, repassou tudo, vestiu um belo figurino, começou o espetáculo, interagiu com o público que lotou a casa, deu o seu melhor no palco… e ninguém riu. O show foi um fracasso!
Após o show, ele se pergunta: “o que deu errado?” Depois de muito investigar, ele descobre que o público presente no teatro era um grupo de turistas italianos que não sabiam inglês e entraram por engano no teatro. Moral da estória: antes de começar a show, conheça sua plateia!
Extraí e adaptei livremente essa passagem do livro de Seth Godin, “Isso é marketing.” Você já viveu alguma situação parecida? Como foi? Marketing e vendas é um tema que na minha opinião todos deveríamos ter conhecimento e buscar melhorar a cada dia. Afinal de contas, temos que vender para sobreviver e também criar uma percepção de valor associada a nós.
O treinador/Gestor de futebol é um solucionador de problemas e um vendedor de ideias. E a abordagem de um vendedor que vai vender uma Ferrari não é a mesma daquele que vende água na praia. Talvez, a técnica básica de venda seja parecida, mas a linguagem (verbal e não verbal), o protocolo e o vestuário do vendedor certamente não o são.
Existem nichos de mercado (clubes e competições) para os quais se exigem determinadas competências. É importante saber onde cada um quer chegar (clareza e visão), quais competências são necessárias para chegar lá e como desenvolvê-las. A esse processo dá-se o nome de “plano de carreira”.
É fundamental saber onde se pisa, antes de lá chegar. Estudar o “mapa”, antes de percorrer o caminho. Conhecer o histórico do clube. Objetivos da diretoria. Qual o estilo da imprensa local. O que pode e o que não pode (deve) ser dito. Perfil psicológico do grupo. Anseios do torcedor. E tantas outras variáveis que influenciam diretamente na “venda”.
A partir disso, preparar uma estratégia de comunicação e venda adaptada a cada grupo e buscar conexão genuína com cada um dos compradores de seu trabalho, para não fazer como o comediante do início do texto, que fez um excelente espetáculo para quem não entendia o que ele falava.
Por falar nisso, quantos idiomas você fala, além do português?
Forte abraço e até a próxima.
DEUS abençoe a todos.
Marcelo Salazar
10.03.2024
Evolução é o nome do jogo!
Essa foto foi 8 anos atrás, num campeonato escolar, em Dubai, onde fui liderando uma equipe de uma escola do Kuwait.
Hoje, estou onde estou. Al Nassr FC 🇸🇦.
Grato sim. Conformado, jamais.
Sigo buscando evoluir, melhorar e estar preparado para desafios ainda maiores que estão por vir.
“É melhor estar preparado e não ter oportunidade, do que ter a oportunidade e estar despreparado”.
Forte abraço e que Deus te abençoe.
"Cavar bem, no lugar errado, é cavar mal!"
Tudo bem? Já parou para pensar nisso? E o que isso tem a ver com futebol? Hoje em dia, há uma tendência a supervalorizar máquinas, números, softwares, GPS, câmeras, drone, inteligência artificial etc.
Os campos são milimetricamente medidos para realização de jogos reduzidos. Assim, muitos “cientistas” acabam entrando no futebol tentando explicar o inexplicável. Ou tentando vender o “santo graal” que vai mudar o patamar de seu time.
Eu não estou aqui indo radicalmente contra essa tendência. Estou convicto que existem áreas onde realmente todo esse aparato tecnológico trouxe grande evolução ao jogo e ao business (sim, o futebol também é business). Afinal, tudo o que se mede, se melhora. Scouting, recrutamento, inteligência de mercado, análise de desempenho, prevenção/recuperação de lesões e relacionamento com o torcedor são algumas dessas áreas. Mas isso não quer dizer que tenhamos que descartar tudo o que era feito antes (experiência prática e empírica) ou que tenhamos que confiar cegamente nos dados estatísticos e na “ciência”. Cuidado ⚠
Nunca despreze o olho humano, afinal, o jogo é muito mais do que números… é preciso vivência e capacidade de discernimento. CLAREZA E VISÃO. Senão, é como se cavássemos belos buracos, com modernas escavadeiras, em menos tempo que antes, fazendo menos barulho, mas esses buracos não nos levassem ao tesouro escondido embaixo da terra… e aí está grande diferença entre o líder e o chefe. O chefe só se ocupa do processo (Cavar “bem”). Já o líder, se ocupa de saber para que, como, onde e quando cavar.
Desde setembro estou fazendo o “UEFA Elite Scouting programme”. Recentemente estivemos em Londres e vi realidades tão distintas quanto as Arsenal e do Brendford, ambos da Premier League, clubes com alguns objetivos comuns e outros radicalmente opostos. Tenho colegas de curso que trabalham no Chelsea, Liverpool, Sparta Praga, KRC Genk, Sporting CP, Colorado Rapids etc. Também costumo conversar com profissionais brasileiros. É um consenso que softwares e inteligência artificial não são o futuro. São o presente. Mas entender não só o jogo mas também o contexto em que se trabalha é primordial para fazer um trabalho assertivo e de alta qualidade.
O gestor/treinador que não tem clareza, visão e capacidade de interpretação do contexto em que atua, pode até usar o melhor programa estatístico, criar processos que dão um ar “moderno” ao seu trabalho, monitorar os atletas com GPS, filmar treinos com drones, mas estará apenas fazendo belos buracos, no lugar errado. Portanto, cavando mal, já que esse aparato tecnológico nada mais é, nesse caso, do que uma cortina de fumaça, pois se a visão inexiste… é o treino pelo treino ou o jogo pelo jogo. Falta a base.
E toda casa que se preze tem um bom alicerce. Uma base sólida sobre a qual ela é levantada. Só que mesmo sendo tão fundamental, ninguém a vê.
Você está se ocupando com o fundamental ou dando mais valor ao que é acessório? A intuição favorece a mente preparada. Pense nisso e não esqueça: "Cavar bem, no lugar errado, é cavar mal!"
Um forte abraço e que DEUS te abençoe
Marcelo Salazar