Como está o seu QA (Quociente de adaptabilidade)?
Oi. Tudo bem? O teste do QI (quociente de inteligência) já existe desde 1905 (Binet-Simon) e pode medir nossa inteligência lógico/matemática, memória e habilidade verbal.
Já o QE (Quociente de inteligência emocional) foi trazido pelo psicólogo Daniel Goleman em 1995 e visa medir habilidades como comunicação, autocontrole e capacidade de criar bons relacionamentos.
Ultimamente as empresas vem buscando ter pessoas em seus quadros com um alto QA (quociente de adaptabilidade).
O QA diz respeito à “capacidade do indivíduo de crescer profissionalmente baseado em sua habilidade de adaptação, criatividade e resiliência. ”Adaptação, criatividade e resiliência. Como estás em relação a essas 3 habilidades (soft skills)?
Isso não é nenhuma novidade.
O general chinês Sun Tzu, no clássico “A arte da guerra”, escrito há milhares de anos já dizia: “A água se move de acordo com a terra; um exército se movimenta de acordo com o inimigo.” O grande tiranossauro Rex desapareceu, enquanto as lagartixas seguem por aí.
Adaptação.
E é possível aumentar o QA? Ou seja, ele é treinável? Sim. Nossa adaptabilidade é como um musculo. Quanto mais submetida a stress, mais se desenvolve. E aqui trago 3 maneiras de desenvolvê-la.
1) "Pergunte-se constantemente, e se?" Crie cenários hipotéticos e imagine possíveis soluções. Antecipe os problemas e saia na frente quando eles vierem.
2) Busque outros modos de fazer o que já faz bem. Desaprender para reaprender. Autoquestionamento é uma boa estratégia.
3) Explore (busque) novos caminhos e não apenas explore o que já existe. O que te trouxe ao topo hoje pode ser o que vai te derrubar amanhã. Kodak, BlockBuster e Blackberry foram gigantes que desapareceram por achar que o que tinham conquistado seria perene e deixaram de buscar atualizações.
Não estou querendo aqui desprezar nem o QI e nem o QE. Todos eles são de suma importância para quem quer estar no topo e buscar ser a melhor versão possível de si mesmo. Afinal de contas, não existe uma inteligência universal e nem um saber que seja soberano aos demais. O contexto influencia muito o valor que cada saber carrega.
Para exemplificar, finalizo com uma parábola onde um velho e simples canoeiro levava em sua canoa uma professora e um youtuber. Ao longo da travessia a professora pergunta: “você sabe ler e escrever?” O velho disse: “não senhora” Ao que devolveu a professora: “que pena, o senhor perdeu metade de sua vida”. Logo depois perguntou o youtuber: “o senhor sabe gravar, editar, publicar e monetizar um canal?” Retrucou o velho: “não senhor”. E o youtuber devolve: “que pena, perdeste metade de tua vida”. De repente muda o tempo, sopram ventos fortes, vem uma forte onda e vira a canoa. Ao não ter coletes o velho sai nadando em direção a uma margem quando olha para trás e ao ver a professora e o youtuber se afogando, pergunta: “vocês não sabem nadar? Que pena, vão perder a vida inteira.”
Como aplicar o QA no futebol?
Ou na tua vida privada?
De 0 a 10, onde achas que estás?
Forte abraço e que DEUS te abençoe.
Marcelo Salazar – Treinador de futebol
01.05.2022
Existe tamanho ideal de campo para jogos reduzidos?
Olá, tudo certo?
Hoje trarei uma ferramenta que pode ser muito útil na elaboração e operacionalização de jogos de campo reduzido. Como adaptar a metragem do campo ao número de jogadores? Acho muito importante frisar que o que apresento aqui é uma FERRAMENTA e não uma REGRA.
A ideia que deu origem à ferramenta é do treinador e professor holandês Raymond Verheijen, criador da “periodização do futebol” e fundador da FCE (Football Coach Evolution), do qual sou aluno desde 2015, tendo realizado vários cursos e formações com ele ao longo desses anos.
Tomando como referência o campo oficial de jogo (100x60m) e que são 10 jogadores (outfield players) de campo no jogo oficial, a ideia é que para cada jogador seja usada a proporção de 10x6m, como demonstra a figura. Veja que tem alguns números em parênteses.
Você consegue descobrir por que e qual a lógica por trás disso? Conta pra mim tuas ideias. Note que o goleiro sempre está incluso no jogo, exceto no 1vs1.
Quais fatores podem fazer com que você faça ajustes nessa metragem? Já tinhas ouvido falar dessa referência? Usas alguma outra? Baseada em que ideia?
Forte abraço e que DEUS te abençoe.
Marcelo Salazar – Treinador de futebol
23.04.2022
Rendimento X Autoconfiança
Este cara das fotos é David Goggins. Ele é um Navy SEAL aposentado e o único membro das Forças Armadas dos EUA a concluir o treinamento do SEAL (incluindo duas Hell Weeks ou “semanas no inferno”), a Escola de Guarda-florestal do Exército dos EUA (onde se formou como Homem de Honra) e o treinamento de Controlador Tático Aéreo da Força Aérea Americana. Atleta de resistência, Goggins completou mais de 60 ultra-maratonas, triathlons e ultra-triathlons e é considerado por muitos o cara mais casca grossa do mundo.
O marines norte americanos, mais conhecidos como NAVY SEAL, são uma tropa de elite do exercito americano. Os SEAL são uma equipe cujo rendimento está entre os mais elevados que temos conhecimento. Não obstante, os indivíduos que fazem parte dessa equipe quando analisados individualmente, não são necessariamente os mais fortes fisicamente ou os que tem maior potencial técnico.
Para ser um SEAL, além de passar testes físicos extenuantes, você será examinado a partir de dois eixos: rendimento x autoconfiança. No eixo do rendimento, eles analisam sua competência técnica, seu potencial e seu talento. No eixo da confiança, eles examinam seu caráter e sua força mental. Os SEAL preferem ter alguém com rendimento médio e uma autoconfiança elevada do que alguém de rendimento alto e confiança baixa. De fato, foi constatado que indivíduos de alto potencial técnico e sem confiança são muito tóxicos para o grupo.
Portanto, os SEAL dão prioridade à confiança em detrimento do rendimento, priorizam a segurança mental no lugar da segurança técnica. Priorizam a autoconfiança versus talento. Tudo isso com o único objetivo de ter uma EQUIPE de alta performance capaz de ter rendimento ótimo nas mais difíceis situações.
Faça uma auto análise! Você, que se acha muito bom, quando a dificuldade vem, você terceiriza a culpa? Ou você chama a responsabilidade, vai lá, faz e ainda encoraja teus companheiros a fazerem o mesmo?
Já no teu processo de formação de equipe, que aspectos são mais determinantes? Rendimento ou autoconfiança? Já escolheu errado, baseado nesses 2 fatores? Compartilha a tua experiência comigo.
Saúde e paz ! Que DEUS te abençoe. Um abraço.
Marcelo Salazar - Treinador de futebol
13.04.2022