Tudo bem?
Quinta feira, 27.07.2023, chegamos ao fim de nossa pré temporada. Foram 24 dias, 24 sessões de treino e 6 jogos amistosos, sob a batuta do Português Luís Castro. Vencemos 2, perdemos 2 e empatamos 2. Fizemos 9 gols e sofremos 11.
Ficamos 18 dias no Algarve, Portugal e jogamos 4 amistosos. Depois viajamos 12.000 km, enfrentamos 19 horas de voo e um fuso horário de + 8 horas para uma turnê de 2 jogos no Japão 🇯🇵, onde jogamos 2 jogos no intervalo de 48 horas sob muito calor e humidade, na belíssima cidade de Osaka. Nada mais acabar o jogo dia 27, entramos no avião, voamos 9.000 km, 11:30 horas e um fuso de - 6 horas, para aterrissar em Ta’if (Arábia Saudita) as 6:30 da manhã do dia 28.07.2023 e jogar nosso primeiro jogo oficial pela Copa Árabe de clubes campeões no mesmo dia as 22 horas. Uma loucura.
A famosa pré-temporada que é aquele tempo de reaquecer os motores e se preparar para os próximos 10 meses, onde temos que deixar o time no ponto para competir com regularidade ao longo de todas as competições que serão disputadas. Mas será mesmo que o trabalho feito nesse período preparatório é o que sustenta o time ao longo do ano? Uma pré-temporada malfeita condiciona a temporada? O que deve ser priorizado? Parte física, técnica ou tática? Será mesmo que algum desses fatores deve ser priorizado?
Tem quem trabalhe em 3 períodos. Tem quem fique 10 dias sem tocar na bola. Tem quem jogue um jogo a cada 3 dias. Tem quem troque/compre/venda jogadores chave 1 semana antes do campeonato. Tem aqueles que usam a bola desde o 1º dia. Mas tem aqueles que a usam só para “enganar” o jogador. Tem quem use academia. Há aqueles que só usam pesos livres. E outros que deixam os jogadores longe dos pesos e exercícios “inespecíficos”. Tem quem viaje 20.000km pra jogar torneios amistoso por exigência de patrocinadores. Tem os que depois de 15 dias da apresentação dos jogadores, já jogam valendo 3 pontos. Outros começam a temporada com playoffs de competições continentais. Tem equipes que trocaram 50% do elenco e outras que mantiveram-no quase intacto. As vezes é começo de trabalho do treinador num novo clube e outras é uma continuidade.
Diante desse cenário, me resta sugerir que você estude bem seu time, sua liga, saiba da realidade/ambições de seu clube (torcida e diretoria), conheça seu elenco, trace um plano, execute-o com maestria e grande capacidade de adaptação, acredite no que está fazendo, entenda porque o faz, mas pratique sempre o auto questionamento.
Que seja uma temporada repleta de crescimento, aprendizado e evolução.
Marcelo Salazar
08.08.2023
Tudo bem?
Hoje recebi a triste notícia que o gênio e monstro do futsal nacional e mundial, professor Fernando Ferreti, nos deixou. Como homenagem a ele, te presenteio com esse texto de sua autoria e que ele, em vida, me autorizou a compartilhar.
A Solidão do Treinador – Por Fernando Ferretti
“Uma partida muito importante em sua vida está por começar. Sua equipe treinou muito para este momento. Você estudou tudo sobre o adversário e este é o jogo decisivo que lhe dará a passagem até a vaga no momento mais importante da competição."
Todos os que estão em volta lhe observam, comentam suas decisões sobre o que deveria ser feito sobre a preparação e escalação da equipe. Sua torcida e diretores estão ansiosos por este dia e pelo resultado da partida. Sua mãe , esposa, filhos, pais e amigos rezam e torcem incondicionalmente por você.
O grande dia chegou e a hora da partida também.
Sua equipe já está aquecendo em quadra, a arquibancada do ginásio de esportes está lotada. Todos lhe observam enigmáticos como se quisessem lhe dizer, mudar algo em sua equipe antes do grande momento. Eles acham, pelos olhares lançados, você inseguro demais ou calmo demais ou nervoso demais ou calado demais, enfim, se perguntam, embora sem emitir uma só palavra, se você é exatamente a pessoa certa no lugar certo, se vai dar conta do recado.
Você no banco e a seu lado, os companheiros de sempre, o médico, o massagista, o supervisor ultimando os detalhes da súmula. Seu diretor nervoso, o auxiliar técnico e o preparador físico voltando de dentro das quatro linhas após encerrar o aquecimento da equipe. A arbitragem se coloca, a mesa zera o cronometro e a partida vai começar.
Você Treinador como se pudesse parar o relógio do tempo, diz: Parem tudo!!!!!!
Todos no ginásio param e lhe observam. Você pergunta a cada uma das pessoas, desde seus companheiros e diretores até o último torcedor, inclusive seus atletas: Quanto você pagaria pelo meu lugar no banco??? Esta pessoa sentaria no seu lugar, com plenos poderes para mudar tudo, antes e durante a partida.
Bastaria pagar por isto e você Treinador iria para arquibancada ver o jogo como torcedor, diretor, jornalista, curioso, sem nenhum compromisso, só o de se divertir, xingar, criticar, berrar…
Aí, eu lhe pergunto: Sabe quantos comprariam seu lugar???
N I N G U É M !!!!!
Porque ninguém é valente o suficiente para trocar de lugar com você naquele momento. Ainda que nada pagasse. Nem de graça. Poucos tem coragem de abraçar uma decisão tão complexa.
Moral da história: Se decidir ser treinador, seja você mesmo, com suas valentias, seus temores, dúvidas e virtudes. Prove a todo mundo que suas idéias na preparação do jogo eram as mais adequadas, por que você e sua comissão técnica é que estão ali no dia a dia com a equipe.
"Erre e acerte com toda sua vontade e sua determinação, aprendendo cada lição que os jogos lhe ensinam. Porque naquele momento, que o jogo está por começar, e durante a própria partida a solidão é quase total e as pessoas em volta só vão saber algum tempo depois o que você já sabia alguns segundos, minutos antes. Só conseguirão reagir à sua decisão, tomada instantes antes.”
Fernando Ferretti
"Obrigado por tanto, professor Ferreti. Nunca fui bom o suficiente para jogar num time treinado pelo senhor. Mesmo assim, você impactou de alguma maneira minha vida. E, certamente, muitas mais.
Saúde e paz a todos."
Marcelo Salazar - Treinador de Futebol
12.07.2023
Termino hoje o curso “Gestor de futebol, os desafios de uma função”, do professor Felipe Ximenes. Ao longo dos 15 módulos, aprendi muita coisa e abri a minha mente para entender o futebol de maneira mais abrangente e completa.
Seguimos em frente, pois “nada será como antes.”